sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Cavalli de Sharon Stone


Quando só se comenta o vestido que Irina Shayk levou para Cannes, que não me suscitou qualquer surpresa - apesar de, habitualmente se apresentar bem, lá fica a máxima de que "quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré" (ditado muito sábio das terras de Vera Cruz) - eu comento o vestido de Sharon Stone.
Primeiro ponto, a senhora é detentora de um porte magnífico e de uma beleza singela, muito elegante, daquelas senhoras que, independentemente da idade do B.I. será sempre uma mulher lindíssima. No entanto, isso não invalida que seja ligeiramente vulgar.
Sharon Stone ficou-se nos eróticos anos 90, nos quais a sua imagem ficaria eternamente associada a uma mulher de índole medíocre, mas de uma beleza arrebatadora. Quem não se lembra do célebre cruzar de pernas, quando a mania das depilações excessivas ainda não havia chegado à América do Norte? Posto isso, claro que poderíamos pensar: mas que género de mulher aceita mostrar tão indecorosamente o órgão sexual? Não estamos propriamente num filme de Bertolucci, com uma Eva Green, poeticamente emoldurada, no deleite da descoberta sexual.
Passado à parte - que inegavelmente nos persegue para sempre - esta senhora poderia ser bem mais contida nas aparições em público. Com 55 anos (como a minha mãe diz, idade suficiente para ter juízo), desfilou por Cannes com este vestido vermelho, assinado por Roberto Cavalli (que perigo!), com um tecido de qualidade dúbia (lembrou-me um elastano qualquer, com brilhos) e umas abertura descabida. Pois que se goste de espalhar sensualidade, muito bem, mas espalhar-se na vulgaridade é coisa bem diferente. Este modelo, com muito bom senso e astúcia, poderia ser usado por uma mulher jovem, de traços delicados e cuidados redobrados. E agora, de repente, lembrei-me  também do Cavalli de Cindy Crawford, usado na cerimónia de abertura, do qual falei no facebook.  
Tonterias à parte, bom senso e maneiras de mulher sofisticada, ficam bem em todo lado e, ser-se uma caricatura de si mesmo não tem a piada que talvez esta senhora possa pensar.
 
  

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